Covarde. Não consegue mesmo levantar os olhos e destinar tuas palavras vacilantes sem se perder no teu próprio medo, que te segue, não importa onde teus passos temerosos te levem. Rasteja por esse caminho escuro e úmido, cheio de curvas, atalhos, e de moitas, sempre prontas para te abrigarem ao menor sinal de perigo, ínfimo que seja.
Se esconde na sombra, mente a surdez. Foge.
É poeira rasteira, lodo e mancha. Contenta-se com a mediocridade e o anonimato seguro do esgoto fétido que se acostumou a morar, coabitado por ele, sua fraqueza, e os ratos. Desde que deixou de existir como um Ser Vivente, não se incomoda mais. Prefere as migalhas, os restos. O que não é mais útil para ninguém, pode ser para ele de valor vital, já que se acostumou com a vida no submundo das importâncias.
Fede. Esse odor impregnado, que teu corpo exala sem o menor pudor,
de medo.
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