Você olha para a minha boca enquanto falo sobre uma besteira qualquer. Quando eu persigo esse teu olhar cheio de pudor, desvia rápido, tímido, fingindo atenção em um carro que passou. Começamos a andar. Você reclama do frio e passa o braço em volta dos meus ombros; Eu me ajeito ali, pequena, junto ao teu corpo e meu perfume se confunde com o seu. O medo se transforma em afago, tão rápido quanto eu pudesse querer.
Eu rio pra você enquanto teu olhar passeia por mim novamente e tuas palavras escassas me perguntam como eu posso não gostar dos filmes de terror que você tanto assiste. É aleatório.
Ainda andamos, mas a minha quietude aparente se desmanchou a muito com o arrepio que você me causou quando teu toque se juntou ao meu, me tirando do estado alcalino que permaneço há mais tempo do que posso querer.
Então você olha minha boca mais uma vez. Um beijo explode e os 14ºC que faziam lá fora se tornam apenas uma lembrança.
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