Os olhares perseguem e atravessam o corpo inerte, o corpo que a pouco fora um Ser com coração pulsante e emoções e nome. Nome esse que fora facilmente trocado, no fatídico instante em que o ar esvaziou os pulmões por uma última vez. Diz-se agora não mais Pessoa e sim objeto imóvel que é denominado por nomes afogados de eufemismos e olhares pesarosos.
Quando a Existência abandona o homem, ele se transforma apenas em lembrança triste, ou histórias a serem contadas, ou nem isso afinal. A vida vai deixando-o nú e em um certo espaço de tempo não passa de restos mortais de um Alguém que passou por esse mundo como uma brisa passa, ou como o breve e brutal encontro da da onda na pedra da costa.
O Viver é curto, complexo e metamórfico. Uma vez criado, não pode-se apagar a sua presença ou a lembrança de seu encontro, independente das relações humanas. O Ser é um momento paradoxal e instável; Ao mesmo tempo pequeno demais para ser eterno e grande demais para ser ignorado.
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