Já eu, não.

1.9.11
Eu não queria ter te conhecido no balcão de um bar, enquanto mentia minhas fingidas mágoas sobre um último e fracassado amor. Você ouviria essas histórias, desistindo de ir embora como disse que iria, só porque não aguentava mais a garota infantil que te forçaram a conhecer. Entretanto, nos daríamos bem; nos tornaríamos amantes dentro de menos tempo que poderiamos supor.

Assim, ainda no bar, nessa madrugada vazia e depois de uma longa conversa aleatória sobre as peripécias do ser humano nas vidas que levam, brindaríamos em um silêncio bêbado à total descrença no amor e na verdade.

Mas o que eu queria era que o sol já estivesse raiado. Então, assim que eu saísse pela porta do bar e os raios batessem nos seus olhos claros, você mentiria que eu era a pessoa perfeita pra você. Iria correndo atrás de mim, me alcançaria e nos beijaríamos mais intensamente do que eu sempre fui capaz de fingir. Você até diria 'eu te amo' e eu riria, sabendo que as nossas palavras fáceis eram subterfúgios para explicar o acaso inexplicável.

Acontece que eu era a menina babaca que nossos amigos te apresentaram, e o asco foi recíproco ao primeiro olhar que trocamos; rápido e fatal. Uma pena, estávamos desesperados por um amor fácil mas não conseguimos ao menos engolir-nos a nós mesmo.

Não foi bom enquanto durou. Pois não durou.
Nós nem existíamos.




"

2 barulhos :

{ Unknown } at: 7.9.11 disse...

Vocês são o orgulho da Tia. Adorei o diálogo, acho que dá pra diferenciar totalmente o estilo das duas, ainda que estejam mais próximos do que o normal.

{ Andressa } at: 10.9.11 disse...

Nosso estilo é bem diferente mesmo, mas nesse caso ficou realmente próximo apesar de ter uma visão diferente do mesmo tema. Valeu May!

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